IBRAPE
Instituto Brasileiro de Percepção Sociocultural
Nascemos da inquietação. Da pergunta que não se cala: como podemos construir um futuro tecnológico que não replique os erros do passado?
A Origem de Uma Busca
Em um mundo onde algoritmos decidem quem recebe oportunidades, onde sistemas automatizados moldam realidades e onde a inteligência artificial redefine o possível, uma pergunta se tornou urgente: quem está programando o futuro?
O IBRAPE nasceu desta pergunta. Nasceu da consciência de que as tecnologias mais poderosas já criadas pela humanidade podem tanto libertar quanto aprisionar, tanto incluir quanto excluir, tanto curar quanto perpetuar feridas históricas.
Nascemos da convergência entre três convicções: a ciência pode revelar o invisível, a tecnologia pode amplificar a transformação, e o conhecimento sem ação é cumplicidade.
O Que Nos Move
Os vieses mais perigosos não são aqueles que declaramos abertamente. São os automáticos, os silenciosos, aqueles que operam nas sombras da consciência. São os reflexos condicionados por séculos de estruturas sociais, absorvidos desde a infância, reforçados milhares de vezes antes mesmo de percebermos sua existência.
E agora, esses mesmos vieses estão sendo codificados em sistemas que tomam decisões em escala massiva. Um algoritmo treinado com dados enviesados não é neutro. Um sistema de IA que aprende com padrões históricos de desigualdade não é justo. Uma tecnologia desenvolvida sem consciência crítica é uma arma de perpetuação.
Nossa missão é tornar o invisível visível. Transformar o automático em consciente. Converter insights em ação.
Como Trabalhamos
O IBRAPE opera na intersecção entre ciência rigorosa, tecnologia avançada e urgência social. Não somos apenas observadores. Somos agentes de transformação.
Ciência com Rigor
Utilizamos metodologias cientificamente validadas, como o Teste de Associação Implícita (IAT) desenvolvido por Greenwald, McGhee e Schwartz. Nossa fundação é a psicologia cognitiva, a neurociência e décadas de pesquisa sobre cognição social.
Tecnologia como Instrumento
Empregamos inteligência artificial, aprendizado de máquina e análise de grandes volumes de dados não para maximizar lucro, mas para identificar padrões invisíveis, acelerar descobertas e democratizar o acesso ao conhecimento.
Compromisso com Transformação
Cada dado coletado é uma oportunidade de reflexão. Cada insight gerado é um convite à ação. Não buscamos apenas compreender. Buscamos transformar estruturas, relações, consciências.
Contexto Brasileiro
Adaptamos instrumentos globais à realidade sociocultural brasileira. Reconhecemos as especificidades do racismo estrutural em nosso país e desenvolvemos ferramentas que dialogam com nossa história, nossa formação social, nossas urgências.
O Que Buscamos
Criar Janelas para o Invisível
Desenvolver instrumentos que revelem processos cognitivos automáticos, tornando consciente aquilo que opera nas sombras da mente. Cada teste é uma janela. Cada dado, uma luz.
Produzir Conhecimento Crítico
Gerar dados empíricos sobre a distribuição e intensidade de vieses implícitos na população brasileira. Mapear correlações entre variáveis sociodemográficas e associações automáticas. Construir um retrato científico da cognição social no Brasil.
Democratizar Insights
Tornar acessível o conhecimento científico sobre cognição implícita. Alfabetizar cientificamente a população sobre como a mente funciona. Empoderar pessoas com ferramentas de autoconhecimento e transformação.
Influenciar Sistemas
Fornecer evidências para políticas públicas baseadas em ciência. Contribuir para que organizações desenvolvam tecnologias mais justas. Criar fundações empíricas para intervenções educacionais e sociais de longo prazo.
Nossa Primeira Iniciativa
Teste de Percepção Étnica
Como primeiro passo desta jornada, desenvolvemos uma adaptação brasileira do Teste de Associação Implícita (IAT) focada em percepções étnico-raciais. Três décadas de pesquisa internacional nos ensinaram que vieses automáticos existem, podem ser medidos e, mais importante, podem ser transformados.
O teste mensura algo delicado: a velocidade com que nosso cérebro associa faces e palavras. Essa velocidade não é aleatória. Ela revela conexões automáticas formadas ao longo de anos de exposição a estruturas sociais, representações midiáticas, narrativas culturais.
Cada participante que completa o teste não recebe apenas um número. Recebe um espelho. Uma oportunidade de olhar para processos que antes eram invisíveis. Um convite para questionar, refletir e, se assim escolher, transformar.
Os dados coletados vão além do individual. Eles constroem um mapa coletivo. Uma fotografia de como estruturas históricas se manifestam na cognição de milhões de brasileiros. Uma base empírica para pensar políticas, educação, tecnologia.
Quem Somos Nós
Somos pesquisadores, cientistas, desenvolvedores e ativistas. Viemos da psicologia cognitiva, da neurociência, da ciência de dados, da computação. Mas acima de tudo, somos pessoas que acreditam que conhecimento sem transformação é privilégio desperdiçado.
Estamos construindo algo maior que nós mesmos. Uma rede de colaboração que transcende instituições, geografia, disciplinas. Buscamos parceiros em universidades, centros de pesquisa, movimentos sociais, organizações que compartilham da mesma inquietação.
A equipe completa será divulgada em breve, à medida que consolidamos nossas linhas de pesquisa e publicamos os primeiros resultados. Mas a porta está sempre aberta para quem deseja somar.